Acis and Galatea, em Fontevraud

Damon (John Bacon) no centro da 1ª foto, Polypheme (Lukas Kargl) e Galatea (moi)



Acis (Pascal Charbonnaeu)

Fotos de Arnaud Guillou

Galatea

Foto de Arnaud Guillou

Acis and Galatea em Angers

Este post já vem tarde. Não, não me deu o badagaio depois de ter comido aquela salada da qual vos deixei aquelas imagens nojentas. Estou em Angers, França, a preparar o Acis and Galatea de Handel. Ainda não deu para ver grande coisa da cidade porque o nosso horário tem sido um pouco carregado, mas aqui deixo umas imagens do castelo e da casa de Adam. Quem estiver pela zona, a récita é no dia 22 de Novembro, no Centre Culturel de l'Ouest, Abbaye Royale de Fontevraud, e haverão mais récitas em Fevereiro na zona do Vale do Loire e em Londres, mas dessas falarei mais próximo da altura. A bientôt!

Não há estômago!

Hmmmmm que bom... saladinha com vinagre balsâmico...! My favourite... As últimas folhas de alface são minhas!
É pá! Esta folha de alface tem um formato um tanto ou quanto estranho....
Ai!, que isto não pertence à salada! Não faço a mínima ideia que insecto é este. Parece uma traça gigante de um país sul-americano. Enfim, não devia lá estar porque no saco só descrevem tipos de alface e isto não me parece alface porque alface não tem olhos, nem patas e muito menos asas. E alface não me faz querer vomitar o jantar.
Agradecimentos ao supermercado Tesco pela surpresa e ao Ed pelas fotos.

Máquinas II

E perguntam vocês (e eu) porque é que me fui inscrever num ginásio...

Isto de já ter feito dois papéis em que tive de me despir em palco ou fazer de criança hiper-activa que salta e corre e faz montanhismo num cenário de 5 metros, mais coisa menos coisa, fez-me compreender que mesmo que se seja um bom cantor, se não se trabalha o corpinho e a resistência está-se feito ao bife.

Não há dúvida que, de momento, os encenadores têm grande poder. E muitos são encenadores de teatro e cinema que querem cantores que sejam verosímeis ("that look the part") e se um pouco de maquilhagem pode fazer muito, vestidinhos pequeninos pretos em Deborah Voigts já nem tanto. Sim, porque isto de mudar os fatos pré-concebidos é uma grande chatice e arruina a visão divina do divino encenador.

Máquinas

Pois é.
Desta é que é.
Inscrevi-me num ginásio.
Bom, não é bem um ginásio.
É apenas uma sala de modesto tamanho com umas máquinas que reproduzem a resistência da água, todas alinhadinhas e com uma plataforma quadrada no meio.

Máquina, plataforma, máquina...

Cada máquina trabalha uma parte diferente do corpo e cada plataforma serve para relaxar os músculos, sem ficar parado. Por isso dança-se.

30 segundos de máquina, 30 segundos de dança, 30 segundos de máquina.

E assim sucessivamente por 30 minutos.

Havendo um grupo de senhoras (este "ginásio" é só para mulheres), cada senhora começa numa máquina diferente, todas ao mesmo tempo, e vão passando de máquina para máquina, com a dança pelo meio, e assim fazem o circuito juntas ao som de dance music.

Hmm... E ao som de uma voz feminina que, de modo autoritário, diz qualquer coisa como "step on the machine", "step off the machine", porque isto de estar a contar até 30 dá muito trabalho.

Enquanto preenchia os papéis de inscrição, na mesma sala, que é a única sala, pude ver a bela coreografia máquina-dança-máquina e às tantas já não percebia o que era a pessoa e quem era a máquina...

Acis and Galatea

Depois da temporada do Hänsel und Gretel em Glyndebourne e da gravação do disco das árias de Luísa Todi com os Músico do Tejo, vou-me concentrar no Acis and Galatea, de Handel, que irei fazer em Novembro e em Fevereiro. A música é lindíssima, o papel assenta-me como uma luva e, sendo a minha primeira produção em França, estou desejosa de começar! Para além de que é sempre bom fazer de ninfa disputada por pastores e monstros. Como é possível haver gente que não gosta de Handel?!...

Surpresa de hoje

Este fim-de-semana é grande aqui em Londres com o Carnaval de Notting Hill e a passagem da bandeira olímpica, com aglomeração de gente em frente ao palácio de Buckingham. Claro está que eu não vou a um nem a outro. Mas eis que ligo a televisão, na protecção e solidão do meu lar, quando vejo o que está a acontecer em frente ao palácio: o Ricardo a cantar músicas dos Queen!!! Para quem esteve nos Sons-em-Cena no final dos anos 90(!) vai estar tão orgulhoso quanto eu!!! Não sei se em Portugal alguém conhece o Ricardo Afonso. Excelente cantor e músico que sempre foi, seguiu finalmente o seu sonho aqui em Londres, como membro do cast do musical We Will Rock You. E hoje vejo-o na televisão a animar o começo das celebrações. Cantou We Will Rock You e We Are the Champions, agitando aquela multidão, e está ainda melhor do que eu me lembrava! Grande Ricardo!!!

Praia búlgara

Entre Belfast e Glyndebourne, ainda dei um salto a Varna, Bulgária, com os Divino Sospiro. O concerto fez parte do Festival de Música de Verão de Varna e foi um grande sucesso. O público tem uma grande sede de conhecer música antiga e barroca, pelo que a sala estava cheia e atenta. Entre ensaios, ainda deu para dar um pulinho à praia! Foi o único pulinho à praia que dei este ano... que tristeza...

Os meus meses de Julho e Agosto

Esta longa ausência (mais uma) deve-se ao trabalho árduo, diria mesmo esgotante, em que me envolvi neste último mês. Não estou a queixar-me! Há muito tempo que não tinha um desafio destes e estou muito feliz por o ter aceite.

Pode não parecer nada de especial a muita gente, que provavelmente têm profissões mais exigentes, mas decorar, em três semanas, um papel inteiro em alemão (e nunca na vida vi um papel tão cheio de palavras!), trabalhar em cenários que quase requerem uma ginasta para os subir e descer e "fingir" que se é uma criança de 7 anos - tudo isto cantando sem que se perceba que se está sem fôlego - não é coisa fácil! Logo eu, que não falo patavina de alemão e que, diga-se de passagem, não faço ginástica desde os tempos de escola. Aprendi muito, principalmente como dar a ilusão de movimento de criança hiper-activa sem comprometer a minha respiração e, consequentemente, o canto. Ufa! Escusado será de dizer que devo ter emagrecido umas gramas.

Este trabalho surgiu à ultima da hora quando ainda estava em Belfast. Glyndebourne perguntou-me se podia ser a understudy de Adriana Kucerova, no papel de Gretel, e eu disse logo que sim. Ok, fiquei sem férias, mas é um excelente papel numa produção de Laurent Pelly que, vim depois a saber, é também excelente. Para mim, a situação é ideal. Tenho feito tanto barroco e clássico que, cantar algo pós-romântico, pareceu-me, quase deliciosamente, estar a pôr a carroça à frente dos bois. Mas ser a understudy neste papel significa que tenho um pouco menos de pressão e posso, num ambiente de alto nível, experimentar um papel completamente novo em estilo. Perfetto! Ou melhor, Wunderbar!

Os ensaios terminaram a semana passada e agora espero, pacientemente, que a moça fique um pouco doente. Só um pouquinho. O suficiente para dar a oportunidade aqui à portuguesinha - o que é uma coisa horrível de se dizer, mas, sejamos honestos, é o que qualquer understudy secretamente deseja... mwahahaha (gargalhada maquiavélica)!

Ilustração de Bill Burgard

Mês e meio de Irlanda dá nisto

A minha estadia na Irlanda do Norte terminou há pouco mais de uma semana. Ficam as memórias e as saudades (e lindas fotografias). Mas admito que um mês e meio é demasiado tempo para estar fora. Apesar de ter gostado de Belfast, dos irlandeses e da casa onde fiquei alojada, a depressãozinha instala-se: "there'no no place like home" mesmo que essa home seja um décimo do tamanho e não tenha tantas obras de arte na parede. No meu caso, a cura para depressõezinhas são as compras e, inspirada pelas paredes do meu canto em Belfast, o peso da minha bagagem aumentou bastante. Se tivesse mais umas semanas gastava todo o cachet em pinturas e jarras...

Reserva Natural de Killard, Ulster

Beleza natural da costa de Atrim, Ulster

Così em ensaios

Castle Ward, Irlanda do Norte

Così fan tutte na Irlanda

Esta minha longa ausência deve-se ao facto de estar já há quase um mês na Irlanda do Norte a trabalhar que nem uma desalmada na produção de Tom Hawkes do Così fan tutte, em Castleward. Castleward tem seguido o formato de Glyndebourne, se bem que numa escala bem mais pequena, usando a propriedade de uma casa aristocrática para albergar uma casa de ópera. O público pode então usufruir da beleza da propriedade, fazendo um picnic durante a hora e meia que dura o intervalo. Claro está que vai tudo aperaltado. Há várias companhias de ópera em Inglaterra neste estilo, mas, na Irlanda do Norte, só há esta.

Castleward fica a 45 minutos de Belfast, onde estou a viver. As récitas começaram na sexta-feira passada e , por isso, tenho agora mais tempo para aprofundar o meu conhecimento desta cidade. Já cá tinha estado com os meus pais há anos atrás, mas lembrava-me muito pouco do que tinha visto. Aqui ficam umas fotos da Câmara Municipal e Belfast Wheel, da Palm House nos Jardins Botânicos, do Crown Liquor Bar e da Queen's University.

Ó pra mim!

Bom, esta entrevista aqui já tem quase dois meses, mas mais vale tarde que nunca...

Tempo

Dia Mundial da Voz ... foi ontem

Apesar de não fazer a mínima ideia de que ontem era o Dia Mundial da Voz, acabei por passar esse dia tão importante da melhor maneira: a usar a minha voz para o entretenimento dos outros.

Recital para o London Handel Festival

Há umas horas atrás, estava eu e o pianista/cravista Bernard Robertson em grandes dramas musicais em St George's, Hanover Square, mesmo ao lado de Oxford Street. O programa que apresentei neste London Handel Festival chama-se Drama for a While e, pelos aplausos, não correu mal de todo! Espero rodá-lo mais vezes porque deu-me mesmo muito prazer em trabalhá-lo e cantá-lo. Aqui vão umas fotografias do ensaio geral.

"From my cold, dead hands"

Pronto. Já lhe podem tirar o raio da arma das mãos. Posso não concordar com muita coisa que este homem dizia e pensava, mas sempre terei na cabeça a imagem de Charlton Heston a abrir caminho pelo Mar Vermelho ou a competir no Coliseu de Roma. E era cá um bonitão nos seus tempos! Morreu ontem à noite.

Londres, neste momento

Acordei há 20 minutos e deparei-me com esta cena. A temperatura não tem sido grande parteira e os coitados dos rebentos das árvores têm-se esforçado muito para nascer. Agora deparam-se com isto - não é justo!

Update

Depois de dois concertos de última hora com a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras com o moteto Silete Venti de Handel, depois de várias entrevistas para a Radio e Imprensa (uuhhhh!) e do concerto da Paixão Segundo São João com os Kings Consort no CCB, voltei para Londres para preparar o meu recital de dia 16.

Apesar de ter pensado em elaborar um programa com peças já cantadas, acabei por introduzir coisas novas - tudo para tornar a coisa mais difícil! Mas, por enquanto, o tempo ainda está do meu lado. E não há nada como preparar o Lamento de Maria, Raínha dos Escoceses Ferma, lascia ch'io parli, que há já tantos anos tem estado na prateleira à espera da oportunidade certa.

La Spinalba e os Músicos do Tejo

Violoncelo da Ana Raquel Pinheiro
e o contrabaixo de Jean-Michel Forest

Mais uma

Ana Quintans (Spinalba), numa pausa entre grandes coloraturas, e Luís Otávio Santos que, devido à sua enérgica prestação como concertino, nunca ficou focado!

Tinha de postar esta

A dupla sertaneja Leandro e Ippolito, unidos pelo amor

(a Elisa, claro)

La Spinalba no palco

Togno (João Fernandes) e o seu barco; Ippolito (Fernando Guimarães) pensando que Togno é seu rival


Leandro (Mário João Alves), um bocadito desfocado, mas pronto a cantar uma canção sertaneja e Dianora (Paz Martínez Gil) numa bela pose